Ao iniciarmos nossa caminhada para crescer na sociedade, uma figura sempre esteve presente: o professor. Ligados diretamente ao impacto que sua função gera no mundo, professores são conhecidos como figuras influentes que tem a capacidade de guiar e inspirar.
No universo acadêmico, a relevância dos professores sempre esteve conectada a uma visão de “donos do saber”, sendo assim era a partir deles que o conhecimento era gerado. Apesar dessa reputação, essas figuras tem enfrentando alguns obstáculos com os avanços da transformação digital, estamos testemunhando uma crise dessa autoridade acadêmica.
É comum ver alunos chegando às salas de aula com uma bagagem de conhecimento já adquirida, em sua maioria ligadas a ferramentas e plataformas modernas. Entretanto, para essa geração que tem o acesso em primeira mão, metodologias ultrapassadas com apenas um ensino horizontal já não são suficientes para estimulá-los.
Essas mudanças, aceleradas pela pandemia, exigem que a figura do professor também se adapte às novas demandas, tanto dos estudantes quanto do mercado.
Como fica esse processo agora?
No cenário atual, não basta apenas ensinar o conteúdo; os alunos cada vez mais buscam uma interação e dedicação que faça diferença em seu futuro. Mais do que se adaptar às novas tecnologias, é necessário encontrar uma conexão com aluno, ao passo que se vá além do conhecimento acadêmico.
Na maioria das vezes, os alunos querem aprender com quem já enfrentou os desafios do mercado. Ou seja, quem traz experiências reais para a mesa. Complementar os títulos e diplomas com vivências adaptadas ao mundo digital pode ser a resposta para reconquistar a autoridade acadêmica.
A necessidade dessa adaptação se dá através de um posicionamento de professor mentor. Sua função não é apenas ensinar de forma passiva, mas sim conduzir o processo para transformar a vida, carreira ou negócios dos alunos.
O diferencial de um mentor está em fomentar o desenvolvimento, incentivar a autonomia e ter uma relação de parceria. Portanto, o aluno passa a ser ativo nessa jornada e consequentemente estimula mais o seu crescimento.
A transformação digital deve ser uma aliada
Há alguns anos, já se discute o impacto da tecnologia na educação. Havia a receio inicial de que os professores fossem substituídos pelas máquinas. Esse que é infundado, visto que as novas ferramentas tecnológicas podem se tornar aliadas nas salas de aulas. Elas substituem a importância da interação humana, mas não significa que a adaptação não seja necessária.
De acordo com o relatório do Future of Work, que foi realizado pelo Linkedin, cerca de 45% das tarefas administrativas dos professores podem ser otimizadas com o uso de inteligência artificial. Isso pode aumentar o rendimento, permitindo que os professores foquem mais no processo direto de ensino e aprendizagem.
O diretor de inovação e tecnologia da Fundação Lemann, Guilherme Cintra, destacou recentemente que a capacidade de criar e manter relações é o que diferencia as pessoas das máquinas. Por isso, a atuação do professor precisa ir além de transmitir conhecimento e se tornar um facilitador de interações e reflexões.
Iniciativas que buscam acompanhar a mudança
De olho nesse cenário, surgiu a ideia da Startup Academy, uma iniciativa focada em aliar educação e empreendedorismo.
Com objetivo de reduzir a lacuna entre o mercado de trabalho e o que as universidades oferecem surgiu a Startup Academy. Assim, em 2024, teve o lançamento do seu primeiro curso de graduação voltado para gestão de negócios e inovação.
Para isso, selecionamos mentores especialistas em cada área de conteúdo, alinhados ao pensamento de inovação e transformação, muitos com experiência na criação de startups. Em contrapartida a um currículo tradicional, a graduação integra disciplinas de negócios e tecnologia, todas oferecidas em uma plataforma intuitiva e online.
Sendo assim, o curso tem duração de 24 meses e adota uma metodologia exclusiva que desenvolve habilidades comportamentais, estratégicas e digitais. Nele, o aluno vai assumir o papel de protagonista e criar seu próprio plano de negócios. Além disso, também vai contar com orientações de mentores que proporcionam uma maior interação e imersão durante a graduação.
Algumas dicas para ser um professor mentor:
1 – Estimule o crescimento:
Transforme suas aulas em oportunidades para que os alunos encarem desafios como formas de aprendizado, permitindo a troca mútua de conhecimento e fugindo do ter somente um ensino horizontal.
2 – Foco na prática:
Promova e estimule ações em que os estudantes possam aplicar o que aprenderam.
3 – Conexão:
Incentive uma relação de feedback mútuo; essa interação direta possibilita um desenvolvimento maior do aluno.
4 – Esteja atento ao mercado:
Acompanhe as mudanças da sua área – como a chegada de novas tecnologias que podem ser aliadas ao ensino e busque iniciativas de edtechs que podem gerar parcerias inovadoras.