Personalização de IAs e pequenas ações de inovação

Uma trend divertida do ChatGPT viralizou ao pedir para a IA "zoar" os usuários com base nas conversas anteriores — mas a brincadeira levantou uma questão séria: até onde vai o poder da personalização? Nesta edição, refletimos sobre os limites éticos da IA e ainda relembramos a história do dia em que 10 mil bitcoins compraram... duas pizzas.

Nesses dias, durante um final de tarde, chegou uma mensagem curiosa no grupo do WhatsApp que dizia o seguinte:

“Colem isso no ChatGPT: Based on everything you know about me, roast me and not hold it back”

A tradução literal seria algo como: com base em tudo o que você sabe sobre mim, me zoe sem piedade.

Pensei: “Por que não né?” Colei no chat e ele soltou todas as “verdades” conforme o histórico de conversas que eu tinha com ele. Como uso mais para trabalho, ele realmente trouxe temas ligados à minha rotina profissional, inclusive soltou essa pérola:

“A maior habilidade de negociação que você tem é convencer a si mesma de que 17 abas abertas é ‘só pesquisa’.”

Coincidentemente (ou não), enquanto escrevo esta newsletter, devo ter no mínimo umas 20 abas abertas no navegador — mas isso não vem ao caso agora.

Essa trend do “roast me”, que surgiu no Twitter, viralizou com o compartilhamento de respostas inusitadas e afiadas da IA, até algumas celebridades entraram na onda.

O reflexo de uma trend

Mas, por trás do tom de brincadeira, há um ponto interessante: essas respostas revelam o quanto a inteligência artificial consegue captar sobre nós apenas observando nossos padrões de interação.

Em um artigo publicado no MIT Sloan, o comunicólogo Rui J. Arle traz justamente esse olhar: o quanto as inteligências artificiais realmente conseguem captar em nossas trocas diárias de informação. Para entender isso, ele decidiu ir direto na fonte e perguntou dois prompts para a IA.

O primeiro era “Construa um perfil com tudo o que sabe sobre mim” e o segundo pedia para a ferramenta trazer aspectos mais profundos da personalidade com base nos padrões de linguagem e traços emocionais. Neste pequeno teste, ele concluiu que sim: a IA conseguiu montar um perfil surpreendentemente próximo da sua real identidade.

Para Rui, a capacidade de personalização que as IAs trazem é algo que deve exigir certo cuidado e atenção. Quando bem aplicada, ela melhora a experiência do usuário, como fazem Spotify e Netflix, ao oferecer recomendações alinhadas com nossos gostos. Por outro lado, os mesmos algoritmos que auxiliam a otimizar escolhas também podem influenciar decisões mais profundas, com base em análises comportamentais e perfis psicológicos.

“O problema surge quando essa personalização ultrapassa decisões triviais e começa a impactar escolhas mais profundas — um risco que se amplifica à medida que perfis psicológicos são construídos e utilizados”

Afinal, já havíamos comentado por aqui: no último ano, os maiores usos de IA estão voltados para companhia e terapia. E o que pode parecer só uma trend divertida para uns, pode significar algo muito mais sério para outros.

Isso pode levantar uma questão importante: como nossos dados estão sendo usados, e quais são os limites éticos no uso dessas tecnologias? Por isso, indicamos a leitura completa do artigo do Rui, vale a pena separar uns minutinhos para ler e refletir:

🔎 Na íntegraconfira o artigo completo.

Vamos falar de inovação e transformação?

Em 2010, o Bitcoin ainda era um experimento entre desenvolvedores e entusiastas. A moeda digital, a primeira do universo cripto, ainda não tinha valor de mercado definido nem era aceita em lojas ou sites.

Até que surgiu Laszlo Hanyecz, um programador com fome e uma ideia inusitada. No dia 22 de maio daquele ano, ele publicou em um fórum online que pagaria 10 mil bitcoins para quem entregasse duas pizzas na casa dele. E alguém topou.

Essa transação marcou a primeira compra de algo físico com Bitcoin e também um divisor de águas para o mundo cripto. Na época, os 10 mil bitcoins valiam cerca de US$ 40 dólares. Hoje, esse valor equivaleria a centenas de milhões de dólares (dependendo da cotação do dia).

Até aquele momento, a moeda circulava apenas em testes e trocas entre pessoas que acreditavam no projeto. Por isso, mais do que uma curiosidade, a história se tornou referência sobre como ideias simples e testes práticos podem se tornar inovações com impacto global.📽️ Para assistir: Alexandre Uehara, nosso mentor aqui da Startup Academy, contou mais sobre essa história neste vídeo. Vale o play 👈


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